COMO DIZIA magnificamente
Durkheim, o objetivo da educação não é
o de transmitir
conhecimentos sempre mais numerosos ao aluno, mas o
“de criar nele um
estado interior e profundo, uma espécie de polaridade
de espírito que o oriente
em um sentido definido, não apenas durante a
infância, mas por toda a
vida”1.
É, justamente, mostrar que ensinar a viver
necessita não só dos
conhecimentos, mas também da transformação, em
seu próprio ser mental, do
conhecimento adquirido em sapiência 2,
e da
incorporação dessa sapiência
para toda a vida. Eliot dizia: “Qual o
conhecimento que perdemos
na informação, qual a sapiência (wisdom)
que perdemos no
conhecimento?” Na educação, trata-se de transformar as
informações em
conhecimento, de transformar o conhecimento em
sapiência [...].
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a
reforma, reformar o pensamento.
Tradução Eloá Jacobina, 5. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2001.
1 L’Évolution pédagogique en France, PUF, 1890, p. 38.
2 Palavra antiga que
engloba “sabedoria” e “ciência”.